Grande Sertão: Veredas. (fragmento). Port - Not - 3ºD (Alex)


Grande Sertão: Veredas.  (fragmento)

Quem é pobre, pouco se apega, é um giro-o-giro no vago dos gerais, que nem os pássaros de rios e lagoas. O senhor vê: o Zé-Zim, o melhor meeiro meu aqui, risonho e habilidoso. Pergunto:  ̶  Zé-Zim, por que é que você não cria galinhas como todo o mundo faz?  ̶  Quero criar nada, não... ̶  me deu resposta:  ̶   Eu gosto muito de mudar... [...] Belo um dia, ele tora. Ninguém discrepa. Eu, tantas, mesmo digo. Eu dou proteção. [...] Essa não faltou também à minha mãe, quando eu era menino, no sertãozinho de minha terra. [...] Gente melhor do lugar eram todos dessa família Guedes, Jidião Guedes; quando saíram de lá, nos trouxeram nos trouxeram junto, minha mãe e eu. Ficamos exigindo em território baixio da Sirga, da outra banda, ali onde o de-Janeiro vai no São Francisco, o senhor sabe.
ROSA, J. G.Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: José Olympio (fragmento)

Na passagem citada, Riobaldo expõe uma situação decorrente de uma  desigualdade social típica das áreas rurais brasileiras marcadas pela  concentração de terras e pela relação de dependência entre agregados e fazendeiros. No texto, destaca-se essa relação porque o personagem-narrador.

A) relata a seu interlocutor a história de Zé-Zim, demonstrando sua pouca disposição em ajudar seus agregados, uma vez que superou essa condição graças à sua força de trabalho.
B) descreve o processo de transformação de um meeiro — espécie de agregado — em proprietário de terra.
C) denuncia a falta de compromisso e a desocupação dos moradores, que pouco se envolvem no trabalho da terra.
D) mostra como a condição material da vida do sertanejo é dificultada pela sua dupla condição de homem livre e, ao mesmo tempo, dependente.
E) mantém o distanciamento narrativo condizente com sua posição social, de proprietário de terras.










Obs. Primeiramente marque a data do exercício acima no caderno e depois assinale a resposta correta para correção, quando as aulas retornarem.  



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